Livros de Voltaire 🔝

Voltaire é considerado um dos grandes nomes da literatura francesa do século XVIII e é bem conhecido por suas obras de filosofia e sátira social. Seus livros são considerados clássicos tanto na literatura francesa quanto na ocidental. Suas obras destacam-se pelo humor e ironia que ele usa para criticar a sociedade e a religião de sua época.

Neste artigo, compilamos uma lista dos melhores livros de Voltaire, para que você possa descobrir ou revisitar a obra de um dos principais pensadores do Iluminismo. Esses livros são uma leitura fundamental para aqueles que desejam compreender a literatura e a filosofia francesas do século XVIII e, em particular, a crítica e o humor que caracterizaram o estilo de escrita de Voltaire.

Os 5 melhores livros de Voltaire: 🥇 nossas recomendações


Autor: (François-Marie Voltaire - Editor: Edipro - ASIN: 8552100088

Voltaire - Tratado sobre a Tolerância, do autor François-Marie Voltaire, é uma obra marcante que expõe a necessidade da tolerância religiosa na sociedade. Com uma escrita envolvente e argumentos convincentes, Voltaire demonstra sua autoridade e competência ao Lutar contra a intolerância religiosa e a opressão da Igreja Católica.

A obra aborda questões atuais, mesmo tendo sido escrita há séculos, mostrando a importância da liberdade de expressão e da convivência pacífica entre diferentes religiões. Voltaire apresenta uma visão humanista, promovendo a reflexão sobre o respeito ao próximo e a busca pela verdade.

Tratado sobre a Tolerância é uma leitura enriquecedora que desperta a consciência do leitor para a importância dos valores tolerantes em uma sociedade pluralista. É uma obra essencial para quem busca compreender a história e refletir sobre a construção de um mundo mais justo e igualitário.

Avaliação: 9.4

R$ 25,00 R$ 34,90 
Amazon.com.br

Autor: Voltaire - Editor: Montecristo Editora - ASIN: B096FNQQX7

O "Dicionário Filosófico" de Voltaire é uma obra de relevância incontestável para a compreensão da filosofia do Iluminismo. Através de sua escrita clara e direta, o autor aborda diversos temas, como religião, política e moral, de forma concisa e objetiva. Suas reflexões críticas e irônicas demonstram um profundo conhecimento filosófico, evidenciando a autoridade e competência de Voltaire como pensador. Por meio de um estilo ágil e bem-humorado, o livro nos convida a refletir sobre os dogmas e preconceitos de sua época, ainda relevantes nos dias de hoje. Uma leitura indispensável para aqueles interessados em mergulhar nas ideias que influenciaram o pensamento ocidental.

Avaliação: 9.2

R$ 1,84
Amazon.com.br

Autor: (François-Marie Voltaire - Editor: Edipro - ASIN: 8572839852

O livro "Cândido ou O Otimismo" de François-Marie Voltaire é uma obra-prima da literatura filosófica. Com uma escrita envolvente e repleta de ironias, Voltaire critica de forma sutil a sociedade e a religião de sua época. Através da história do ingênuo Cândido, somos levados a refletir sobre questões como o sofrimento humano, a moralidade e a existência de um Deus benevolente. Com personagens cativantes e reviravoltas surpreendentes, Voltaire nos presenteia com uma leitura estimulante e reflexiva. Um clássico indispensável para quem aprecia obras de alto nível e busca uma visão crítica do mundo.

Avaliação: 8.9

R$ 28,87 R$ 31,90 
Amazon.com.br

Autor: 184 Voltaire - Editor: Penguin-Companhia - ASIN: 8563560581

Conheci a obra "Cândido, ou o Otimismo", do renomado autor Voltaire, e fui impressionado pela sua perspicácia satírica e crítica social. Através da história do ingênuo jovem Cândido, Voltaire expõe as falhas da sociedade e a ilusão do otimismo cego. A escrita é envolvente, repleta de ironia e sarcasmo, que convidam à reflexão. O autor utiliza personagens caricatos e situações absurdas para abordar temas como a religião, a guerra e a injustiça. É uma leitura indispensável para qualquer apreciador da literatura clássica e uma crítica atemporal que ainda ressoa nos dias de hoje. Recomendo fortemente essa obra-prima de Voltaire.

Avaliação: 8.4

R$ 34,07 R$ 47,90 
Amazon.com.br

Autor: 256 Voltaire - Editor: Editora Antofágica - ASIN: 6586490448

“Cândido, ou O Otimismo” é uma obra brilhante do autor Voltaire. Através de uma história repleta de ironias e sarcasmo, o livro aborda diversos temas, como o otimismo, a filosofia e a religião. A narrativa envolvente e os personagens bem desenvolvidos cativam o leitor desde o início.

O enredo segue as desventuras de Cândido, um jovem ingênuo que busca incansavelmente pelo seu grande amor, enquanto enfrenta uma série de adversidades e crueldades impostas pela sociedade. A crítica social e a exposição das contradições humanas tornam a leitura ainda mais impactante.

A escrita de Voltaire é excepcional, mesclando humor e profundidade de maneira brilhante. Através de sua narrativa satírica, ele desafia as convenções e questiona os valores estabelecidos, convidando o leitor a refletir sobre a natureza humana e os rumos da sociedade. Definitivamente, uma leitura indispensável para quem aprecia a boa literatura e a crítica social inteligente.

Avaliação: 7.5

R$ 64,23 R$ 79,90 
Amazon.com.br

Livros de Voltaire em promoção

OfertaOferta No. 1
Cândido, ou o Otimismo - Venda Exclusiva
Cândido, ou o Otimismo - Venda Exclusiva
Voltaire (Author); 256 Pages - 04/19/2022 (Publication Date) - Editora Antofágica (Publisher)
R$ 79,90 −R$ 15,67 R$ 64,23
OfertaOferta No. 2
Cândido, ou o otimismo
Cândido, ou o otimismo
Voltaire (Author); 184 Pages - 11/08/2012 (Publication Date) - Penguin-Companhia (Publisher)
R$ 47,90 −R$ 13,83 R$ 34,07
OfertaOferta No. 3
Cândido ou O Otimismo - Voltaire
Cândido ou O Otimismo - Voltaire
Voltaire (François-Marie Arouet) (Author); 112 Pages - 02/01/2016 (Publication Date) - Edipro (Publisher)
R$ 31,90 −R$ 3,03 R$ 28,87
OfertaOferta No. 4
Tratado Sobre a tolerância
Tratado Sobre a tolerância
Voltaire, Cristiane Fernandes (Author); 176 Pages - 01/01/2018 (Publication Date) - Editora Lafonte (Publisher)
R$ 32,00 −R$ 8,32 R$ 23,68
OfertaOferta No. 5
Micrômegas - Uma história filosófica
Micrômegas - Uma história filosófica
Voltaire (Author); 64 Pages - 02/15/2012 (Publication Date) - Autêntica infantil e juvenil (Publisher)
R$ 49,80 −R$ 9,00 R$ 40,80
OfertaOferta No. 6
Tratado sobre a Tolerância - Voltaire
Tratado sobre a Tolerância - Voltaire
Voltaire (François-Marie Arouet) (Author); 128 Pages - 02/01/2017 (Publication Date) - Edipro (Publisher)
R$ 34,90 −R$ 9,90 R$ 25,00
OfertaOferta No. 7
A história da filosofia: De Platão a Voltaire
A história da filosofia: De Platão a Voltaire
DURANT, WILL (Author); 288 Pages - 02/02/2021 (Publication Date) - Faro Editorial (Publisher)
R$ 64,90 −R$ 19,07 R$ 45,83

Melhor livro de Voltaire: nossa escolha

Escolher o melhor livro de Voltaire poderia ser um pouco mais complicado do que voce acredita. Mesmo assim, com base em análises do leitores, Dicionário Filosófico ao preço de R$ 1,84 resulta o melhor livro de Voltaire presente à venda:

Avaliaçao: 4.7

Bestseller No. 1
Dicionário Filosófico
204 Classificações

Dicionário Filosófico

  • Voltaire (Author)

Conclusão

Concluímos que os melhores livros de Voltaire são obras escritas em um estilo único e cativante, abordando temas atemporais que ainda são relevantes nos dias de hoje.

Voltaire deixa sua marca na literatura mundial com obras como "Cândido", "Zadig", "Micrômegas" e "O Ingênuo". Suas histórias envolvem um senso crítico afiado e uma mensagem poderosa que nos permite refletir sobre questões éticas e filosóficas.

Em resumo, os livros de Voltaire são uma leitura obrigatória para aqueles que desejam expandir seus horizontes intelectuais e compreender melhor o mundo ao seu redor.

Outras informações

François-Marie Arouet (francês: [fʁɑ̃swa maʁi aʁwɛ]; 21 de novembro de 1694 — 30 de maio de 1778) foi um escritor, historiador e filósofo iluminista francês. Conhecido por seu nom de plume M. de Voltaire,[2][4] (francês: [vɔltɛːʁ]), ele era famoso por sua sagacidade e suas críticas ao cristianismo — especialmente à Igreja Católica Romana — e à escravidão. Voltaire era um defensor da liberdade de expressão, liberdade de religião e separação entre igreja e estado.

Voltaire foi um escritor versátil e prolífico, produzindo obras em quase todas as formas literárias, incluindo peças de teatro, poemas, romances, ensaios, histórias e exposições científicas. Ele escreveu mais de vinte mil cartas e dois mil livros e panfletos. Voltaire foi um dos primeiros autores a se tornar conhecido e comercialmente bem-sucedido internacionalmente. Ele era um defensor declarado das liberdades civis e estava em constante risco com as rígidas leis de censura da monarquia católica francesa. Suas polêmicas satirizavam a intolerância, o dogma religioso e as instituições francesas de sua época. Sua obra mais conhecida e magnum opus, Cândido, ou O Otimismo, é uma novela que comenta, critica e ridiculariza muitos eventos, pensadores e filosofias de seu tempo.

Voltaire foi um pensador que se opôs à intolerância religiosa e à intolerância de opinião existentes na Europa no período em que viveu. Suas ideias reformistas acabaram por fazer com que fosse exilado de seu país de origem, a França. O conjunto de ideias de Voltaire constitui uma tendência de pensamento conhecida como Liberalismo. Exprime na maioria dos seus textos a preocupação da defesa da liberdade, sobretudo do pensar, criticando a censura e a escolástica, como observamos na seguinte frase, escrita por Evelyn Beatrice Hall (e não por Voltaire, como se costuma acreditar) como tentativa de descrever o espírito de Voltaire: “Posso não concordar com nenhuma palavra do que você disse, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-lo”.

Destaca-se que Voltaire, em sua vida, também foi “conselheiro” de alguns reis, como é o caso de Frederico II, o grande, da Prússia, um déspota esclarecido.

François-Marie Arouet nasceu em Paris, o caçula dos cinco filhos de François Arouet (1649–1722), um advogado que era funcionário do tesouro menor, e sua esposa, Marie Marguerite Daumard (c. 1660–1701), cuja família estava no posto mais baixo da nobreza francesa. Algumas especulações cercam a data de nascimento de Voltaire, porque ele afirmou ter nascido em 20 de fevereiro de 1694 como filho ilegítimo de um nobre, Guérin de Roquebrune.[9] Dois de seus irmãos mais velhos — Armand-François e Robert — morreram na infância, e seu irmão sobrevivente Armand e sua irmã Marguerite-Catherine eram nove e sete anos mais velhos, respectivamente. Apelidado de “Zozo” por sua família, Voltaire foi batizado em 22 de novembro de 1694, com François de Castagnère, abade de Châteauneuf, e Marie Daumard, esposa do primo de sua mãe, como padrinhos.[11] Ele foi educado pelos jesuítas no Collège Louis-le-Grand (1704–1711), onde aprendeu latim, teologia e retórica; posteriormente, ele se tornou fluente em italiano, castelhano e inglês.[13]

Quando deixou a escola, Voltaire decidiu que queria ser escritor, contra a vontade de seu pai, que queria que ele se tornasse advogado. Voltaire, fingindo trabalhar em Paris como assistente de um notário, passou grande parte de seu tempo escrevendo poesia. Quando seu pai descobriu, mandou Voltaire estudar Direito, desta vez em Caen, na Normandia. Mas o jovem continuou a escrever, produzindo ensaios e estudos históricos. A inteligência de Voltaire o tornou popular entre algumas das famílias aristocráticas com as quais ele se misturou. Em 1713, seu pai conseguiu para ele um emprego como secretário do novo embaixador da França na Holanda, o marquês de Châteauneuf, irmão do padrinho de Voltaire.[15] Em Haia, Voltaire se apaixonou por uma refugiada protestante francesa chamada Catherine Olympe Dunoyer (conhecida como ‘Pimpette’). O caso deles, considerado escandaloso, foi descoberto por de Châteauneuf e Voltaire foi forçado a retornar à França no final do ano.[16]

A maior parte do início da vida de Voltaire girou em torno de Paris. Desde cedo, Voltaire teve problemas com as autoridades por críticas ao governo. Como resultado, ele foi duas vezes condenado à prisão e uma vez ao exílio temporário na Inglaterra. Um verso satírico, no qual Voltaire acusou o regente de incesto com sua filha, resultou em uma prisão de onze meses na Bastilha. A Comédie-Française concordou em janeiro de 1717 em encenar sua peça de estreia, Œdipe, e estreou em meados de novembro de 1718, sete meses após sua libertação.[19] Seu sucesso crítico e financeiro imediato estabeleceu sua reputação. Tanto o regente quanto o rei Jorge I da Grã-Bretanha presenteou Voltaire com medalhas como marca de sua apreciação.[21]

Ele defendeu principalmente a tolerância religiosa e a liberdade de pensamento. Ele fez campanha para erradicar a autoridade sacerdotal e aristomonárquica e apoiou uma monarquia constitucional que protege os direitos das pessoas.[23]

Arouet adotou o nome Voltaire em 1718, após sua prisão na Bastilha. Sua origem é incerta. É um anagrama de AROVET LI, a grafia latinizada de seu sobrenome, Arouet, e as letras iniciais de le jeune (“o jovem”). De acordo com uma tradição familiar entre os descendentes de sua irmã, ele era conhecido como le petit volontaire (“coisinha determinada”) quando criança, e ressuscitou uma variante do nome em sua vida adulta.[25] O nome também inverte as sílabas de Airvault, cidade natal de sua família na região de Poitou.

Richard Holmes apóia a derivação anagramática do nome, mas acrescenta que um escritor como Voltaire pretendia que também transmitisse conotações de velocidade e ousadia. Estes vêm de associações com palavras como voltige (acrobacia em um trapézio ou cavalo), volte-face (um giro para enfrentar os inimigos) e volatile (originalmente, qualquer criatura alada). “Arouet” não era um nome nobre adequado para sua reputação crescente, especialmente devido à ressonância desse nome com à rouer (“ser espancado”) e roué (um débauché).

Em uma carta a Jean-Baptiste Rousseau em março de 1719, Voltaire conclui pedindo que, se Rousseau desejasse enviar-lhe uma carta de retorno, o fizesse endereçando-a a Monsieur de Voltaire. Um pós-escrito explica: “J’ai été si malheureux sous le nom d’Arouet que j’en ai pris un autre surtout pour n’être plus confondu avec le poète Roi“, (“Fiquei tão infeliz sob o nome de Arouet que tomei outro, principalmente para deixar de ser confundido com o poeta Roi.”) Isso provavelmente se refere a Adenes le Roi, e o ditongo ‘oi’ foi então pronunciado como ‘ouai’ moderno, então a semelhança com ‘Arouet’ é clara e, portanto, poderia muito bem ter sido parte de seu raciocínio. Voltaire também é conhecido por ter usado pelo menos 178 pseudônimos diferentes durante sua vida.[29]

Replicando seus opositores com o conto Cândido (1759), refugiou-se em seguida em Ferney que em sua honra se passou a chamar Ferney-Voltaire.

Prosseguiu sua obra escrevendo tragédias (Tancredo, 1760), contos filosóficos dirigidos contra os aproveitadores (Jeannot e Colin, 1764), os abusos políticos (O ingênuo, 1767), a corrupção e a desigualdade das riquezas (O Homem de Quarenta Escudos, 1768), denunciou o fanatismo clerical e as deficiências da justiça, celebrou o triunfo da razão (Tratado sobre a tolerância, 1763; Dicionário Filosófico, 1764).

Iniciado maçom no dia 7 de abril de 1778, mesmo ano de sua morte, na Loja Les Neuf Sœurs, Paris, ingressando no Templo apoiado no braço de Benjamin Franklin, embaixador dos EUA na França na época. A sessão foi dirigida pelo Venerável Mestre Lalande na presença de 250 irmãos. O Venerável Ancião foi revestido com o avental que pertenceu a Helvétius e que fora cedido para a ocasião pela sua viúva.

Chamado a Paris em 1778, foi recebido em triunfo pela Academia e pela Comédie-Française, onde lhe ofereceram um busto. Esgotado, morreu a 30 de maio de 1778.

Voltaire não foi um teórico sistemático, mas um propagandista e polemista, que atacou com veemência alguns abusos praticados pelo Antigo Regime. Tinha a visão de que não importava o tamanho de um monarca, deveria, antes de punir um servo, passar por todos os processos legais, e só então executar a pena, se assim consentido por lei. Se um príncipe simplesmente punisse e regesse de acordo com o seu bem-estar, seria apenas mais um “salteador de estrada ao qual se chama de ‘Sua Majestade'”.

As ideias presentes nos escritos de Voltaire estruturam uma teoria coerente, mas por vezes contraditória, que em muitos aspectos expressa a perspectiva do Iluminismo.

Defendia a submissão ao domínio da lei, baseava-se em sua convicção de que o poder devia ser exercido de maneira liberal e racional, sem levar em conta as tradições.

Por ter convivido com a liberdade inglesa, não acreditava que um governo e um Estado liberais, tolerantes fossem utópicos. Não era um democrata, e acreditava que as pessoas comuns estavam curvadas ao fanatismo e à superstição. Para ele, a sociedade deveria ser reformada mediante o progresso da razão e o incentivo à ciência e tecnologia. Assim, Voltaire transformou-se num perseguidor ácido dos dogmas, sobretudo os da Igreja Católica, que afirmava contradizer a ciência, no entanto, muitos dos cientistas de seu tempo eram padres jesuítas.

Sobre essa postura, o catedrático de filosofia Carlos Valverde escreve um surpreendente artigo, no qual documenta uma suposta mudança de comportamento do filósofo francês em relação à fé cristã, registrada no tomo XII da famosa revista francesa Correpondance Littérairer, Philosophique et Critique (1753-1793). Tal texto traz, no número de abril de 1778, páginas 87-88, o seguinte relato literal de Voltaire:

Este relato foi reconhecido como autêntico por alguns, pois seria confirmado por outros documentos que se encontram no número de junho da mesma revista, esta de cunho laico, decerto, uma vez que editada por Grimm, Diderot e outros enciclopedistas. Já outros questionam a necessidade de alguém que já acredita em Deus ter que se converter a uma religião específica, como o catolicismo. No caso de Voltaire não teria ocorrido reconversão.

Voltaire morreu em 30 de maio de 1778. A revista lhe exalta como “o maior, o mais ilustre e talvez o único monumento desta época gloriosa em que todos os talentos, todas as artes do espírito humano pareciam haver se elevado ao mais alto grau de sua perfeição”.

A família quis que seus restos repousassem na abadia de Scellieres. Em 2 de junho, o bispo de Troyes, em uma breve nota, proíbe severamente ao prior da abadia que enterre no Sagrado o corpo de Voltaire. Mas no dia seguinte, o prior responde ao bispo que seu aviso chegara tarde, porque – efetivamente – o corpo do filósofo já tinha sido enterrado na abadia. Livros históricos afirmam que ele tentou destruir a Igreja a favor da maçonaria.

A Revolução trouxe em triunfo os restos de Voltaire ao Panteão de Paris – antiga igreja de Santa Genoveva – , dedicada aos grandes homens. Na escura cripta, frente a de seu inimigo Rousseau, permanece até hoje a tumba de Voltaire com este epitáfio:

“Aos louros de Voltaire. A Assembleia Nacional decretou em 30 de maio de 1791 que havia merecido as honras dadas aos grandes homens”.

Voltaire percebeu a burguesia francesa como muito pequena e ineficaz, a aristocracia como parasita e corrupta, os plebeus como ignorantes e supersticiosos, e a Igreja como uma força estática e opressiva útil apenas ocasionalmente como contrapeso à ganância dos reis, embora com demasiada frequência, ainda mais voraz em si. Voltaire desconfiava da democracia, que via como propagadora da idiotice das massas. Voltaire pensou por muito tempo que apenas um monarca esclarecido poderia trazer mudanças, dadas as estruturas sociais da época e as taxas extremamente altas de analfabetismo, e que era do interesse racional do rei melhorar a educação e o bem-estar de seus súditos. Mas suas decepções e desilusões com Frederico, o Grande, mudou um pouco sua filosofia e logo deu à luz uma de suas obras mais duradouras, sua novela Candide, ou l’Optimisme, que termina com uma nova conclusão do quietismo: “Cabe para nós cultivarmos nosso jardim.” Seus ataques mais polêmicos e ferozes contra a intolerância e as perseguições religiosas de fato começaram a aparecer alguns anos depois. Cândido também foi queimado, e Voltaire, brincando, afirmou que o verdadeiro autor era um certo ‘Demad’ em uma carta, onde reafirmou as principais posições polêmicas do texto.[35]

Ele é lembrado e homenageado na França como um polemista corajoso que lutou incansavelmente pelos direitos civis (como o direito a um julgamento justo e a liberdade religiosa) e que denunciou as hipocrisias e injustiças do Antigo Regime, que envolvia um equilíbrio injusto de poder e impostos entre os três Estados: clero e nobres de um lado, os plebeus e a classe média, que arcavam com a maior parte dos impostos, do outro. Ele particularmente tinha admiração pela ética e pelo governo exemplificados pelo filósofo chinês Confúcio.

Voltaire também é conhecido por muitos aforismos memoráveis, como “Si Dieu n’existait pas, il faudrait l’inventer” (“Se Deus não existisse, seria necessário inventá-lo”), contido em uma epístola em verso de 1768, dirigido ao autor anônimo de uma polêmica obra sobre Os Três Impostores. Mas, longe de ser a observação cínica que muitas vezes é tomada, pretendia ser uma réplica a oponentes ateus como d’Holbach, Grimm e outros.

Ele teve seus detratores entre seus colegas posteriores. O escritor vitoriano escocês Thomas Carlyle argumentou que “Voltaire leu a história, não com o olhar de um vidente devoto ou mesmo crítico, mas através de um par de meros óculos anticatólicos.”

A cidade de Ferney, onde Voltaire viveu os últimos vinte anos de sua vida, foi oficialmente chamada de Ferney-Voltaire em homenagem ao seu residente mais famoso, em 1878. Seu château é um museu. A biblioteca de Voltaire é preservada intacta na Biblioteca Nacional da Rússia em São Petersburgo. Na Zurique de 1916, o grupo de teatro e performance que se tornaria o primeiro movimento dadaísta de vanguarda batizou seu teatro de Cabaret Voltaire. Mais tarde, um grupo de música industrial do final do século XX adotou o mesmo nome. Os astrônomos atribuíram seu nome à cratera Voltaire em Deimos e o asteroide 5676 Voltaire.[40]

Voltaire também era conhecido por ter sido um defensor do café, bebendo-o o tempo todo: cinquenta vezes ao dia, de acordo com Frederico, o Grande; três vezes ao dia, disse Wagniere. Foi sugerido que grandes quantidades de cafeína estimularam sua criatividade.[42] Sua sobrinha-neta era mãe de Pierre Teilhard de Chardin, um filósofo católico e padre jesuíta.[44] Seu livro Candide foi listado como um dos Os 100 Livros Que Mais Influenciaram a Humanidade, de Martin Seymour-Smith.

Na década de 1950, o bibliógrafo e tradutor Theodore Besterman começou a coletar, transcrever e publicar todos os escritos de Voltaire. Ele fundou o Instituto e Museu Voltaire em Genebra, onde começou a publicar volumes coletados da correspondência de Voltaire.[45] Com sua morte em 1976, ele deixou sua coleção para a Universidade de Oxford, onde a Fundação Voltaire se estabeleceu como um departamento.[47] A Fundação continuou a publicar as Obras Completas de Voltaire, uma série cronológica completa com conclusão prevista para 2018 com cerca de duzentos volumes, cinquenta anos após o início da série.[48] Também publica a série Oxford University Studies in the Enlightenment, iniciada por Bestermann como Studies on Voltaire and the Eighteenth Century, que atingiu mais de quinhentos volumes.

Voltaire escreveu entre cinquenta e sessenta peças, incluindo algumas inacabadas. Entre eles estão:

Leia também: