Livros de Judith Butler 🔝

Judith Butler é uma das mais importantes filósofas e teóricas feministas da atualidade. Seus trabalhos têm influenciado o pensamento crítico sobre gênero, identidade e poder em todo o mundo, sendo reconhecidos por acadêmicos, ativistas e pessoas interessadas em questões de justiça social.

Neste artigo, selecionamos alguns dos melhores livros de Judith Butler para quem quer entender melhor suas ideias e contribuições para a teoria queer, a crítica cultural e os debates sobre gênero e sexualidade. Com uma escrita clara e acessível, Butler desafia nossas crenças e nos convida a refletir sobre as complexidades da vida em sociedade.

Os 5 melhores livros de Judith Butler: 🥇 nossas recomendações

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Autor: Judith LivroButler - Editor: Civilização Brasileira - ASIN: 8520006116

Problemas de gênero: Feminismo e subversão da identidade, da autora Judith Butler, é uma obra seminal que desafia conceitos e padrões tradicionais de identidade de gênero. Butler apresenta uma análise profunda e crítica da construção cultural do gênero, explorando as formas como ele é imposto e reforçado na sociedade. A autora argumenta que a identidade de gênero não é uma característica fixa ou biológica, mas sim um produto de normas e expectativas sociais. Com uma abordagem teórica refinada, Butler discute a performatividade de gênero e a necessidade de desconstrução dessas normas opressivas. Sua escrita provocativa e seu compromisso com a igualdade de gênero fazem deste livro uma leitura indispensável para qualquer pessoa interessada no feminismo e nos estudos de gênero.

Avaliação: 9.9

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Autor: Judith Butler - Editor: Editora Unesp - ASIN: 6557110578

O livro "Discurso de ódio: Uma política do performativo" de Judith Butler é uma leitura indispensável para compreendermos a dinâmica dos discursos de ódio na sociedade atual. Butler, renomada filósofa e teórica queer, apresenta uma análise profunda e perspicaz sobre como o discurso de ódio é construído e perpetuado através de práticas performativas.

Butler examina como as palavras e discursos têm o poder de criar realidades políticas e sociais, principalmente quando se trata do ódio direcionado a minorias e grupos vulneráveis. A autora ressalta a importância de reconhecer o impacto desses discursos na vida das pessoas e na manutenção de estruturas de opressão.

Com uma abordagem teórica sofisticada e embasada, Butler aborda o tema de forma acessível e clara, fazendo conexões relevantes com a realidade contemporânea. Seu trabalho é fundamental para ampliar o debate e incentivar a reflexão crítica sobre como podemos confrontar e combater o discurso de ódio, promovendo uma sociedade mais inclusiva e igualitária. Recomendo fortemente a leitura deste livro para todos interessados em entender melhor esse fenômeno tão presente em nossa sociedade.

Avaliação: 9.3

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Autor: Judith Butler - Editor: Autêntica - ASIN: 8582176880

Relatar a si mesmo: Crítica da violência ética de Judith Butler é um livro que aborda de forma brilhante a relação entre ética, linguagem e identidade. Butler utiliza uma análise minuciosa para questionar como narramos e construímos nossas próprias histórias, revelando as implicações éticas e políticas desse processo.

Através de exemplos práticos e conceitos teóricos, a autora nos leva a refletir sobre as estruturas de poder que moldam a nossa capacidade de relatar a nós mesmos. Ela desafia os modelos tradicionais de identidade e coloca em xeque a noção de uma identidade fixa e estável.

A escrita de Butler é envolvente e sua argumentação é persuasiva. Ela demonstra autoridade e competência ao navegar com maestria pelos campos da filosofia, da psicologia e dos estudos de gênero. Este livro é uma leitura indispensável para aqueles interessados em questões de identidade, linguagem e ética, pois nos incita a repensar o poder e a violência presentes nesse processo de autorrelato.

Avaliação: 9.2

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Autor: Judith Butler - Editor: Autêntica - ASIN: 8551302973

A obra "A vida psíquica do poder: Teorias da sujeição", de Judith Butler, é uma leitura imprescindível para quem busca compreender as complexas relações entre poder e subjetividade. Butler apresenta de forma brilhante suas teorias, explorando os mecanismos pelos quais nos constituímos como sujeitos em sociedade.

Com uma abordagem crítica e rigorosa, a autora examina questões como gênero, sexualidade e identidade, desafiando as normas estabelecidas e ampliando nossa percepção sobre o poder. Sua análise da forma como o poder se inscreve em nossas vidas cotidianas é perspicaz e reveladora.

A linguagem densa, própria de Butler, exige uma leitura atenta e concentrada, mas a recompensa vale a pena. A obra é um importante instrumento para pensar e questionar as estruturas de poder que moldam nossas vidas e convida o leitor a refletir sobre sua própria subjetivação.

Em suma, "A vida psíquica do poder" é uma obra seminal que amplia os limites do pensamento crítico e oferece uma interpretação profunda e instigante sobre as dinâmicas de poder que permeiam nossa existência.

Avaliação: 8.6

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Autor: Carla Rodrigues - Editor: Autêntica - ASIN: 6559280462

O livro "O luto entre clínica e política: Judith Butler Para Além do Gênero", de Carla Rodrigues, aborda de forma profunda e esclarecedora as ideias e contribuições da renomada filósofa feminista Judith Butler. A autora demonstra autoridade e competência ao analisar a relação entre gênero, clínica e política, oferecendo uma perspectiva crítica e provocadora. Em linguagem acessível, Rodrigues apresenta reflexões que dialogam com diversos campos do conhecimento, propiciando uma compreensão aprofundada das teorias de Butler e sua aplicabilidade em diferentes contextos sociais. O livro é uma excelente opção para todos que desejam ampliar suas reflexões sobre gênero e suas implicações políticas e clínicas.

Avaliação: 7.9

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Problemas de gênero: Feminismo e subversão da identidade
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Relatar a si mesmo: Crítica da violência ética
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A vida psíquica do poder: Teorias da sujeição
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Butler, Judith (Author); 208 Pages - 11/10/2017 (Publication Date) - Autêntica (Publisher)
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Melhor livro de Judith Butler: o imperdível

Selecionar o melhor livro de Judith Butler pode ser mais complicado do que parece. Dito isso, com base em opinião do leitores, Problemas de gênero: Feminismo e ao preço de R$ 39,99 resulta o melhor livro de Judith Butler presente no mercado:

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Problemas de gênero: Feminismo e subversão da identidade

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  • Livro
  • Butler, Judith (Author)
  • 288 Pages - 04/15/2003 (Publication Date) - Civilização Brasileira (Publisher)

Conclusão

Em suma, os melhores livros de Judith Butler são uma leitura essencial para quem deseja compreender as questões relacionadas ao gênero, sexualidade e política. Sua obra é de grande importância para os estudos feministas e LGBTQ+. Com uma linguagem complexa, mas acessível, Butler desafia as normas sociais e oferece uma análise criteriosa das estruturas de poder que moldam nossas vidas. Recomendamos fortemente a leitura de seus livros para quem busca uma reflexão profunda sobre essas questões tão pertinentes na atualidade.

Outras informações

Judith Butler (Cleveland, 24 de fevereiro de 1956) pesquisa filosofia pós-estruturalista e tem origem estadunidense, tendo composto umas das principais teorias contemporâneas do feminismo e teoria queer. Butler também escreve sobre filosofia política e ética. Atualmente, ocupa o cargo de professora do departamento de retórica e literatura comparada da Universidade da Califórnia em Berkeley. Desde 2006, Butler também ocupa o posto honorificamente intitulado “Hannah Arendt” na European Graduate School.

Butler é uma pessoa não-binária, que em inglês usa os pronomes “they / their”.

Butler obteve seu Ph.D. em filosofia na Yale University em 1984, e sua dissertação foi publicada como Subjects of Desire: Hegelian Reflections in Twentieth-Century France. Em fins da década de 1980, entre diversas designações de ensino e pesquisa (tais como no Centro de Humanidades na Johns Hopkins University), envolveu-se nos esforços de crítica ao estruturalismo presente na teoria feminista ocidental (Claude Lévi-Strauss), questionando os “termos pressuposicionais” do feminismo vigentes.

Judith Butler assume também genealogicamente os preceitos de autores/as que trabalham com o giro linguístico, tanto da escola inglesa (Austin, Searle) quanto da francesa (Derrida, Deleuze), e adota algumas posturas da fenomenologia existencialista de Sartre e Merleau-Ponty. Butler aponta a falsa estabilidade da categoria mulher e propõe buscar um modo de interrogação da constituição do sujeito que não requeira uma identificação normativa com o ‘sexo’ binário.

Seus trabalhos mais recentes focam a filosofia judaica, centrando-se em particular nas “críticas pré-sionistas da violência estatal”.[5]

No ensaio “Os atos performativos e a constituição do gênero”, Judith Butler propõe que gênero é performativo. Com base na fenomenologia de Maurice Merleau-Ponty e no feminismo de Simone de Beauvoir, observa que ambos fundamentam suas teorias na “experiência vivida” e veem o corpo sexual como uma ideia ou situação histórica. Butler distingue sexo (uma “facticidade biológica”) e gênero (a “interpretação ou significação cultural daquela facticidade)”.

Butler argumenta que o conceito de gênero é melhor entendido como performativo, o que presume a existência de uma plateia social. Também defende que as performances femininas são forçadas e reforçadas por práticas sociais históricas.

Para Butler, o “script” da performance de gênero é transmitido sem esforço de geração em geração na forma de “significados” socialmente estabelecidos: Butler afirma que o “gênero não é uma escolha radical … [nem é] imposto ou inscrito no indivíduo”. Dada a natureza social do ser humano, a maioria das ações é testemunhada, reproduzida e internalizada e, assim, assume uma qualidade performativa ou teatral. De acordo com a teoria de Butler, gênero é essencialmente uma repetição performativa de atos associados ao homem ou à mulher. Atualmente, as ações apropriadas para homens e mulheres têm sido transmitidas para produzir uma determinada atmosfera social que mantém e legitima um binário de gênero aparentemente natural. Butler aceita o conceito de corpo como uma ideia histórica, e sugere que o conceito de gênero deve ser visto como natural ou inato porque o corpo “torna-se seu gênero através de uma série de atos que são renovados, revisados ​​e consolidados ao longo do tempo”.[8]

Butler argumenta que a própria performance do gênero cria o gênero. Além disso, compara a performatividade de gênero à performance teatral, notando várias semelhanças entre ambas, incluindo a ideia de cada indivíduo funcionando como um ator de seu gênero. No entanto, Butler também traz à luz uma diferença crítica entre a performance de gênero na realidade e as performances teatrais. Butler explica que o teatro é muito menos ameaçador e não produz o mesmo medo que as performances de gênero muitas vezes produzem, devido ao fato de que há uma distinção clara entre realidade e irrealidade dentro do teatro.

Butler usa a noção proposta por Sigmund Freud sobre como a identidade de uma pessoa é modelada em termos do que é considerado normal. Butler modifica a aplicabilidade deste conceito, originalmente restrito ao lesbianismo (Freud afirmava que as lésbicas modelam seus comportamentos com base nos comportamentos de homens, que são o “normal” ou “ideal” percebido). Butler, em vez disso, diz que todo gênero funciona daquela forma de performatividade e representação de uma noção internalizada de normas de gênero.

O livro “Problemas de gênero: feminismo e subversão de identidade” foi publicado pela primeira vez em 1990 e vendeu mais de 100 000 cópias internacionalmente. O título do livro faz alusão ao filme Problemas Femininos (1974) de John Waters, estrelado pela drag queen Divine. O livro discute as obras de Sigmund Freud, Simone de Beauvoir, Julia Kristeva, Jacques Lacan, Luce Irigaray, Monique Wittig, Jacques Derrida e Michel Foucault.

O ponto crucial levantado por Butler é que a coerência das categorias de sexo, gênero e sexualidade (por exemplo: a aparência de coerência natural do gênero masculino e do desejo heterossexual em corpos masculinos) é culturalmente construída através da repetição de atos “estilizados”. Apesar de atos corporais estilizados reiterados criarem a aparência de um gênero ontológico “central” (ou essencial), Butler entende o gênero, junto com o sexo e a sexualidade, como performativo. Butler contesta explicitamente os entendimentos biológicos sobre binarismo sexual. A performance de gênero não é voluntária, na opinião de Butler, o sujeito de um certo gênero, sexo e atração deve ser construído dentro do que chama, tomando emprestado o termo de Vigiar e Punir de Foucault, “discursos reguladores”. Estes, também chamados de “estruturas de inteligibilidade” ou “regimes disciplinares”, determinam previamente quais possibilidades de sexo, gênero e sexualidade são socialmente permitidas para parecerem coerentes ou “naturais”. O discurso regulador inclui técnicas disciplinares que coagem as ações estilizadas e, assim, manter a aparência de gênero, sexo e sexualidade “essenciais”.

Este livro busca esclarecer interpretações e interpretações equivocadas acerca da performatividade, especialmente aquelas que vêem a encenação de sexo/gênero como uma escolha diária. Butler enfatiza o papel da repetição na performatividade, valendo-se da teoria da “iterabilidade” de Derrida, que é uma forma de “citacionalidade”:

Butler descreve a si mesma como sendo anti-capitalista, feminista e antissionista, sendo considerada como estando inserida no quadro político da extrema-esquerda. Ao longo dos anos, Butler tem sido particularmente ativa no ativismo dos direitos queers, movimentos feministas e movimentos anti-guerra. Butler participou ativamente do movimento anti-capitalista Occupy Wall Street e expressou publicamente seu apoio a campanha global de Boicote, Desinvestimento e Sanções contra o Estado de Israel e seu apoio a Causa Palestina.[12]

Em 2010, Butler recusou o Prêmio de Coragem Civil (Zivilcouragepreis) do desfile do Christopher Street Day (CSD), um desfile LGBT em Berlim, na Alemanha. Butler criticou o comercialismo do evento e justificou sua recusa citando comentários nas quais considerou como sendo islamofóbicos e anti-muçulmanos por parte dos organizadores do evento, que haviam tecido críticas a homofobia no Islamismo e dos refugiados muçulmanos na Alemanha.

Quando Butler recebeu o Prêmio Adorno de 2012, o comitê da premiação foi atacado pelo Embaixador de Israel na Alemanha, Yakov Hadas-Handelsman e pelo principal grupo representante de judeus na Alemanha, o Conselho Central de Judeus Alemães, o conselho afirmou que “Recompensar uma odiadora confessa de Israel com um prêmio com o nome de um filósofo que foi forçado a emigrar por ser “meio judeu” não pode ser simplesmente considerado um erro” e concluiu afirmando que “Somente um conselho de curadores sem a força moral necessária para com seus deveres poderia separar a contribuição de Butler para a filosofia de sua depravação moral”.

Stephan Kramer, o secretário-geral do Conselho Central, chamou de “ultrajante” a escolha de Butler, afirmando que apoia boicotes contra Israel, mas considera o Hamas e o Hezbollah movimentos sociais legítimos.

Butler catalogou os ataques como sendo tentativas de intimidação e acusou os seus críticos de “Tentarem calar e intimidar todos os que são críticos contra Israel e suas políticas”, falando que “Flagrantemente falso e absurdo argumentar que aqueles que criticam o Estado de Israel é anti-semita e caso o crítico seja um judeu, ele é um judeu odeia a si mesmo”.

Butler foi muito criticada por comentários que foram considerados como sendo simpáticos ao Hamas e ao Hezbollah. Em uma palestra na Universidade da Califórnia sobre a guerra entre Israel e o Hezbollah, Butler descreveu o Hamas e Hezbollah como sendo “Movimentos sociais progressistas, de esquerda, que pertencem à esquerda global” e afirmou que é “Extremamente importante que esses grupos sejam incluídos na conversa de esquerda”. Na mesma palestra, Butler apoiou boicotes e sanções contra Israel, criticou o lobby judaico em Israel e a investida dos EUA nas guerras no Oriente Médio e o apoio do mesmo ao Estado de Israel.

Após ser duramente criticada por vários grupos e entidades judaicas em todo o mundo, Butler se defendeu falando que seus comentários foram tirados de contexto e afirmou que:

Mesmo não repudiando abertamente ambos os grupos, Butler se declarou uma notória defensora da não-violência e afirmou que não endossa de modo algum a violência estatal.

Em setembro de 2017, o estudante, Nimrod Reitman, apresentou uma denuncia a reitoria da Universidade de Nova York, acusando a filosofa Avital Ronell de assédio sexual, agressão sexual, perseguição, e retaliação durante o período de três anos como sua conselheira. Em maio de 2018, após uma longa investigação, a universidade considerou Ronell responsável por assédio sexual e a suspendeu pelo ano letivo de 2018-19, mas ela não foi suspensa do quadro de funcionários, o que fez com o estudante entrasse em um processo contra Ronell e contra a Universidade, alegando assédio sexual, agressão sexual e perseguição.

Em 2018, uma carta escrita para a NYU em defesa de Reitman, assinada por figuras importantes nas áreas do feminismo, filosofia, literatura e história, liderados por Judith Butler e contando com nomes como Slavoj Žižek , Joan Scott e Jean-Luc Nancy acabou vazando. A carta foi duramente criticada e seus assinantes foram alvo de um forte escrutínio, por afirmarem que Reitman deveria ser perdoada justificando isso com base na sua importância e por suas contribuições acadêmicas e por colocar em duvida a denuncia do estudante, afirmando que ele estava fazendo uma “Campanha maliciosa” contra Reitman.[18]

O Movimento MeToo ficou sob intenso escrutínio midiático enquanto proeminentes estudiosas feministas e ativistas do movimento, como a própria Butler, continuaram a apoiar Ronell, apesar das acusações de má conduta sexual. O jornal New York Times acusou o movimento e a própria Butler de relativismo e hipocrisia.

Após a intensa repercussão negativa, Butler se desculpou e afirmou lamentar algumas palavras na carta.

Em 2017, a vinda de Judith Butler ao Brasil provocou uma onda de protestos. Em um deles, que foi amplamente reproduzido pela mídia, manifestantes do lado de fora do SESC Pompéia vestiram uma boneca com roupas de bruxa e um sutiã rosa, e queimaram a efígie. Os protestos começaram com uma onda de fakenews que definiram Butler com a “criadora da ideologia de gênero”. [21]

Butler falou em entrevistas sobre a experiência de ter sido queimada como bruxa no Brasil, dizendo que é preocupante ver um número tão grande de pessoas radicalizadas e atacando uma pessoa sem ter lido a sua obra. Butler também apontou que a Conferência da qual participava não era sobre teoria de gênero, mas sobre o estado da democracia no mundo, dizendo “O esforço dos manifestantes era antifeminista, antitrans, homofóbico, e nacionalista, usando as redes sociais para disseminar seus eventos. Nessa forma, eles se parecem com as formas de neo-fascismo que estão emergindo em todo o mundo. De fato, eles nos lembraram na conferência que nós estávamos certos em nos preocupar com o estado da democracia.”[24]

O trabalho de Butler tem influenciado as teorias feminista e queer, os estudos culturais e a filosofia continental. No entanto, sua contribuição para uma série de outras disciplinas – como psicanálise, literatura, cinema e estudos da performance, bem como artes visuais – também foi significativa.[26] Sua teoria da performatividade de gênero, bem como sua concepção do “criticamente queer”, não apenas transformaram os entendimentos de gênero e identidade queer no mundo acadêmico, mas também moldaram e mobilizaram vários tipos de ativismo político, particularmente o ativismo queer em todo o mundo.[27][29] O trabalho de Butler também entrou em debates contemporâneos sobre o ensino de gênero, homoparentalidade e despatologização de pessoas transgênero. Antes da eleição para o papado, o Papa Bento XVI escreveu várias páginas desafiando os argumentos de Butler sobre o gênero.[31] Em vários países, Butler tornou-se o símbolo da destruição de papéis tradicionais de gênero para movimentos reacionários. Este foi particularmente o caso na França durante os protestos contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Bruno Perreau, professor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, mostrou que Butler foi literalmente retratada como um “anticristo”, tanto por causa de seu gênero e sua identidade judaica, como pelo medo de políticas minoritárias e estudos críticos sendo expressos através de fantasias de um corpo corrompido.

Alguns acadêmicos e ativistas políticos sustentam que o afastamento radical de Butler da dicotomia entre sexo e gênero e sua concepção não essencialista de gênero – junto com sua insistência de que o poder ajuda a formar o assunto – revolucionaram a praxis o pensamento e os estudos feminista e queer. Darin Barney, da Universidade McGill, escreve que:

Outros estudiosos foram mais críticos. Em 1998, a revista Philosophy and Literature, do filósofo estadunidense Denis Dutton, premiou Butler em sua quarta “Bad Writing Competition”, que se propôs a “celebrar a má escrita das passagens mais lamentáveis ​​e estilísticas encontradas em livros e artigos acadêmicos”. A passagem escrita por Butler, publicada em uma edição de 1997 da revista acadêmica Diacritics, foi assim:

Alguns críticos acusaram Butler de elitismo devido ao seu estilo de prosa difícil, enquanto outros afirmam que sua obra reduz o gênero ao “discurso” ou promove uma forma de voluntarismo de gênero. A filósofa Susan Bordo, por exemplo, argumentou que Butler reduz o gênero à linguagem e sustentou que o corpo é uma parte importante do gênero, em oposição à concepção de gênero de Butler como performance. Uma crítica particularmente vocal foi feita pela feminista liberal Martha Nussbaum, que argumentou que Butler interpreta erroneamente a ideia de enunciação performativa de J. L. Austin, sendo que faz alegações legais errôneas, impede um local essencial de resistência ao repudiar a agência pré-cultural e não fornece uma teoria ética normativa para dirigir os desempenhos subversivos que Butler endossa.[37] Por fim, Nancy Fraser sugeriu que o foco de Butler na performatividade a distancia das “maneiras cotidianas de falar e pensar sobre nós mesmos. … Por que devemos usar uma linguagem de auto-distanciamento?”

Butler respondeu às críticas de sua prosa no prefácio de seu livro de 1999, Gender Trouble.

Mais recentemente, vários críticos – mais proeminentemente, Viviane Namaste – criticaram Undoing Gender, de Judith Butler, por enfatizar os aspectos intersecionais da violência baseada no gênero. Por exemplo, Timothy Laurie observa que o uso de frases de Butler como “política de gênero” e “violência de gênero” em relação a agressões a indivíduos transgêneros nos Estados Unidos pode “limpar uma paisagem repleta de relações de classe e trabalho, estratificação urbana racializada e complexas interações entre identidade sexual, práticas sexuais e trabalho sexual”, e produzir, em vez disso, uma superfície limpa na qual se imagina que as lutas pelo ‘humano’ se desenrolem”.[41]

A feminista alemã Alice Schwarzer fala que os “jogos intelectuais radicais” de Butler não mudariam como a sociedade classifica e trata uma mulher; assim, eliminando a identidade feminina e masculina, Butler teria abolido o discurso sobre o sexismo na comunidade queer. Schwarzer também acusa Butler de permanecer em silêncio sobre a opressão de mulheres e homossexuais no mundo islâmico, enquanto exerce prontamente seu direito ao casamento entre pessoas do mesmo sexo nos Estados Unidos; em vez disso, Butler defenderia radicalmente o Islã, inclusive o islamismo político, de críticas.

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